Mas o que é esse efeito?! Vou explicar do meu jeito e com os exemplos que
estão na minha cabeça, mas aconselho fortemente a pesquisa sobre o tema.
Aproveitemos o que a Internet tem de bom. Degustem páginas mais bem elaboradas
sobre o assunto. É muito legal e serve pra qualquer coisa na vida. Assistam ao
filme sobre o tema!
Primeiro,
por que resolvi escrever sobre isso? É o seguinte: no dia 1º de maio, Dia do
Trabalhador, o SESI aqui de Porto Velho realizou a 7ª Corrida de Rua do
Trabalhador. Eu participei.
Durante
a corrida, conversando com o Antônio Carlos, que não entende que eu não consigo
correr, respirar e conversar ao mesmo tempo (ainda!), ele disse que mais
importante do que eu conseguir completar o percurso, era o fato de eu estar
ali, numa manhã de um feriado, quando poderia estar dormindo tranquilo em casa.
Ao que eu acrescentei: e de ressaca! E acrescentei também a frase que deu o
título a este texto. Explique-mo-la pois!
O
Efeito Borboleta faz parte da Teoria do Caos. Lascou-se! Calma. Vou colar aqui
uma explicação rápida: “A Teoria do Caos trata de sistemas complexos e dinâmicos rigorosamente deterministas, mas que apresentam um fenômeno fundamental de instabilidade
chamado sensibilidade às condições iniciais que, modulando uma propriedade suplementar de recorrência,
torna-os não previsíveis na prática a longo prazo.”
Então...
essa foi tirada da Wikipédia. Acho melhor continuar por aqui mesmo. Segundo essa teoria, o bater de asas de uma borboleta em Tóquio pode provocar um furacão em Nova Iorque, metaforicamente falando. Quando você
começa algo, ninguém sabe onde isso vai parar. E pequenas diferenças no modo
inicial de se fazer esse algo, farão uma enorme diferença no resultado, num
futuro que pode ser distante ou talvez nem tanto. Vamos a um exemplo básico,
copiado não lembro de quem: imagine um barco saindo da Europa, com destino a
alguma cidade litorânea do Brasil. O que aconteceria se o capitão, ao traçar a
rota, errasse a direção em 1 grau pra direita? Um acontecimento minúsculo no
início, que causaria uma diferença enorme no resultado.
Assim
também acontece na nossa vida. Pequenas escolhas, decisões, acontecimentos,
encadeados, que influenciam os próximos, que influenciam os próximos. Imagine
um palestrante que você admira. Com certeza, um dia ele resolveu enfrentar o
medo de falar em público. Depois da primeira vez que ele ficou em pé e falou, a
segunda vez provavelmente foi mais fácil. E a terceira foi mais fácil do que a
segunda.
Mas
isso é óbvio! Cada vez fica fácil de se fazer qualquer coisa a que qualquer
pessoa se propuser. Sim! Mas essa é a mágica. E não é segredo. E é simples! Mas
talvez não seja tão fácil... E se o palestrante não tivesse se levantado pela
primeira vez?
Na
Corrida do Trabalhador eu corri 4820m e muito provavelmente vou correr na São
Silvestre, no final do ano. Mas isso só vai ser possível por que há 4 meses eu
resolvi que andaria 30 min, na esteira, todo dia. Foi quando me levantei pela
primeira vez e falei. Ninguém sabe onde isso vai parar! Daqui a 5 anos eu
conto.
O
ponto é que você é quem escolhe onde e como estará daqui a 5 anos. Logicamente
que um trilhão, ou um trilhão vezes um trilhão de coisas podem acontecer
durante esse percurso. Mas isso não é desculpa para deixar a vida me levar. Um
cara disse que a melhor maneira de prever o futuro é cria-lo. Esperto ele, né?
Para
tentar explicar melhor o meu ponto de vista, convido você a fazer um pequeno
exercício de imaginação. Feche os olhos... Não, melhor não... Continue lendo e
imagine algumas situações.
No
primeiro caso, tendo tomado uma decisão, chegando em casa depois de um dia de
trabalho, um cara foi pra pista de caminhada da sua cidade, para oxigenar o
cérebro, relaxar os músculos, aliviar o stress e trabalhar em prol da sua
saúde. Decidiu que dali em diante ele adquiriria hábitos mais saudáveis do que
os atuais.
No
segundo caso, o cara chegou em casa, tomou um banho relaxante, comeu alguma
coisa leve e foi pro quarto, onde ele já tinha montado uma mesa de estudos, e
começou a estudar pra um concurso. Nem sabia direito como fazer isso, mas foi
assim mesmo e começou.
E
num terceiro e último exemplo, nosso cidadão está na frente da televisão, com
um saco de pipocas, controle remoto a postos, pronto para assistir o primeiro
capítulo da novela das sete, que está prestes a começar. Seu merecido descanso
depois de um dia duro de trabalho.
Fiquemos
somente com esses nossos três amigos. Não vamos nem falar do cara que tá no bar,
bebendo.
Quanto
tempo, em média, dura uma novela? Uns sete, nove meses? Como eu já disse,
trilhões de coisas podem acontecer e acontecem. Mas, para efeito de
exemplificação, e dando asas a nossa imaginação, idealizemos uma realidade na
qual as coisas continuem relativamente constantes e nada muito significativo e
inesperado aconteça com nossos “espécimes”.
Qual
será a realidade desses três daqui a nove meses? Brinquemos de criadores...
O
primeiro, provavelmente ainda não correu a sua primeira maratona e nem bateu nenhum
recorde mundial. Tá bom... não bateu nem o recorde municipal. Ok, nem virou
corredor ainda! Mas se pudéssemos comparar esse cara, nesses dois momentos,
nove meses distantes um do outro, será que existiria alguma diferença entre
eles? Pense aí. Agora pode fechar os olhos. Quais seriam essas diferenças,
tanto físicas quanto psicológicas, tanto externas quanto internas?
Muito
bem, vamos ao nosso segundo homem. Será que já passou no concurso? É presumível
que não. Mas quem já estudou pra concurso sabe a diferença de nove meses de
estudo. Principalmente no início dos estudos, quando a gente sai “do nada” e
começa a acertar (e entender) as questões dos simulados! Já que esse exemplo
pode ser assunto pra outro texto (outro gigantesco texto), vou fazer um resumo
em uma frase, que com certeza não faz jus à sua importância: nosso segundo
homem está nove meses mais perto da sua aprovação (e da nova vida que o espera).
E o
terceiro cara? Ahhhh o nosso terceiro cara... Sob “Condições Normais de
Temperatura e Pressão” ele possivelmente está com lágrimas nos olhos,
assistindo ao último capítulo da novela, sentindo um órfão, e ansiosamente esperando
a próxima novela começar. E a próxima... e a próxima...
Nós
imaginamos esses três exemplos (fora o cara do bar), mas fala a verdade: não é
assim que acontece na “vida real”? Eu sugeri que idealizássemos uma realidade
onde nada de muito significativo acontecesse, para que pudéssemos aproveitar os
exemplos, certo? Agora volte um ano em sua vida. O que de realmente
significativo aconteceu com você durante esse tempo?
Veja
bem, não quero dizer que a vida de ninguém é sem graça! O que quero demonstrar
é que se tomarmos uma decisão hoje, tivermos consciência do seu real porquê e a
persistência necessária para agir, muito provavelmente, muito pouca coisa
acontecerá em nossas vidas que inviabilizarão a concretização dos objetivos
propostos. Estou falando de acontecimentos externos e não da simples
desistência por preguiça, por exemplo.
O final de nossas vidas depende do que fazemos durante ela. E o que fazemos e como fazemos durante ela depende basicamente dos nossos “primeiros passos”.
Todos
os dias nos é dada a oportunidade de dar um primeiro passo, seja lá em que
direção for. Você pode escolher onde e
como quer estar daqui a 5 anos. Não sabemos se tudo vai acontecer do jeitinho
que você sonhar agora, mas com certeza se nada for feito, se nenhum primeiro
passo for dado, nós sabemos onde e como, muito provavelmente, você estará,
certo?
E aí,
qual é a sua novela?
O final de nossas vidas depende do que fazemos durante ela. E o que fazemos e como fazemos durante ela depende basicamente dos nossos “primeiros passos”.